Fechei a torneira
A água escorria pela parede, suja,
matizada de ferrugem pura.
Tive medo.
Tentei fechar a torneira para que a água não se esgotasse.
Não fui capaz, a torneira não cedeu nem um milímetro...
e a água tornou-se vermelho negro
e agora o sangue não pára de escorrer pela parede
e confundir-se com o medo que não parece mais que demência.
Mas o sangue é real, viscoso e quente…
e chega ao chão gélido como os cadáveres dos que não conheço.
Nos tempos da inocência não sabia que se morria à sede,
só abarcava a morte das flores.
A água escorria pela parede, suja,
matizada de ferrugem pura.
Tive medo.
Tentei fechar a torneira para que a água não se esgotasse.
Não fui capaz, a torneira não cedeu nem um milímetro...
e a água tornou-se vermelho negro
e agora o sangue não pára de escorrer pela parede
e confundir-se com o medo que não parece mais que demência.
Mas o sangue é real, viscoso e quente…
e chega ao chão gélido como os cadáveres dos que não conheço.
Nos tempos da inocência não sabia que se morria à sede,
só abarcava a morte das flores.
5 Comments:
Não terás problemas na canalização?
A nossa tragédia é fazermos da Morte o universo que ela não é. Morremos e acabamos, às vezes morremos antes de morrer quando já não somos as nossas memórias. E é por causa de sermos as nossas memórias é que morremos para além da Morte num sangrar para além do fim.
Como sempre, o que pões em palavras é uma erupção do vulcão que és por dentro.
Beijo amiga;)
Carlos
Palavras fortes e poderosas.
Bjs.
fortes e poderosas. Mas as pessoas não ser´~ao também elas uma outra espécie de flores? (que também as há venenosas)
Fraterno abraço
Adoro a tua maneira de escrever, quanto mais leio mais vidrada fico, vais correr o "risco" de ser lida por todos os meus AMIGOS que eu vou espalhar as tuas palavras.
quando eu gosto de algo tenho que mostrar a todos de quem gosto para se sentirem tão bem como eu.Monica Ribau
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