Fechei a torneira
A água escorria pela parede, suja,
matizada de ferrugem pura.
Tive medo.
Tentei fechar a torneira para que a água não se esgotasse.
Não fui capaz, a torneira não cedeu nem um milímetro...
e a água tornou-se vermelho negro
e agora o sangue não pára de escorrer pela parede
e confundir-se com o medo que não parece mais que demência.
Mas o sangue é real, viscoso e quente…
e chega ao chão gélido como os cadáveres dos que não conheço.
Nos tempos da inocência não sabia que se morria à sede,
só abarcava a morte das flores.
A água escorria pela parede, suja,
matizada de ferrugem pura.
Tive medo.
Tentei fechar a torneira para que a água não se esgotasse.
Não fui capaz, a torneira não cedeu nem um milímetro...
e a água tornou-se vermelho negro
e agora o sangue não pára de escorrer pela parede
e confundir-se com o medo que não parece mais que demência.
Mas o sangue é real, viscoso e quente…
e chega ao chão gélido como os cadáveres dos que não conheço.
Nos tempos da inocência não sabia que se morria à sede,
só abarcava a morte das flores.