Wednesday, October 26, 2005

Devoro-te
As minhas palavras
mutilam-te corpo e mente
{e tu sem dares por nada}
Articulo-as, uma a uma
refinada, lenta,
pausadamente,
como se nada fosse
{e tu sem dares por nada}


Sou o lobo disfarçado de ovelha {e tu sem dares por nada}

Thursday, October 13, 2005

Palcos de vida
Louras, ruivas, morenas.
Agora,
Vestígios humanos reinventados
por luzes escassas e brilhos agressivos.
Sorriem sem tonalidade para o olhar
que as devora a conferir-lhe as carnes.
Depois,
Saem pela porta dos fundos,
a coberto da noite, para voltarem a ser gente.
Enquanto eles saem pela porta da frente,
convencidos que o são.


A dança dos olhares gastos, cansados e pagos, nada mais é que um carrossel

Sunday, October 02, 2005

Subtilezas
O amor, no dedilhar dos poetas,
possui a beleza dos gatos selvagens.
Surge suave, imperceptível.

Ataca à jugular.



A instabilidade felina sempre nos hipnotizou. Mortalmente.